Impactos da invisibilização do debate sobre as relações raciais no Brasil: a parte que cabe à psicologia
Palavras-chave:
Psicologia, Racismo, Branquitude , Formação , Psicóloga (o)Resumo
A história da psicologia no Brasil, regulamentada em 27 de agosto de 1962, revela uma trajetória marcante, porém influenciada majoritariamente por teorias eurocêntricas que não contemplam a diversidade de formas de existência presentes na população brasileira, formada por uma maioria negra. A presente pesquisa aborda o conceito de raça como um constructo social que hierarquiza e cria privilégios, mostrando a branquitude como um conjunto de princípios que concedem vantagem a pessoas brancas, e criadora do racismo, sistema de opressão que nega direitos a pessoas negras. A psicologia é apontada como tendo responsabilidade sobre como a questão racial se manifesta no Brasil, primeiramente ao se analisar seu percurso histórico em que a disciplina se envolve na propagação do racismo; seguidamente, são analisados os efeitos do racismo em pessoas negras e em pessoas brancas, apontando-se a psicologia como grande interessada na questão, uma vez que é uma ciência que trata da subjetividade humana. Ao se falar sobre formação profissional,aborda-se o desinteresse das universidades em questões raciais, embora haja um crescimento recente; quanto à atuação de profissionais, questiona-se se esse assunto é abordado adequadamente, e se as(os) profissionais encontram-se preparados para lidar com a diversidade de vivências brasileiras em sua prática. Por fim, pondera-se sobre possibilidades de transformações na forma como a psicologia trata da questão racial.